Comunidades quilombolas terão bibliotecas nas escolas no estado do Rio
O presidente da Academia Brasileira de Letras, professor Marco Lucchesi, assinou convênio com o Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (Iterj) para a formação de bibliotecas nas comunidades quilombolas e nas escolas que atendem essa população. Lucchesi informou à Agência Brasil,que o acordo com o Iterj, responsável pela titulação das terras quilombolas, resultou da viagem que fez em junho passado a quatro quilombos situados entre os municípios de Araruama e Cabo Frio, na Região dos Lagos: Maria Joaquina, Preto Forro, Fazenda Espírito Santo e Quilombo de Sobara.
“Foi um momento inesquecível em que fizemos como sempre doação de livros mas, principalmente, pela proximidade com essa importante parcela da população brasileira”, externou. De acordo com levantamento da Fundação Cultural Palmares, o Brasil tem 2.197 comunidades quilombolas reconhecidas, das quais 29 estão no estado do Rio de Janeiro. Marco Lucchesi disse ter ficado empolgado com a preservação de tradições quilombolas e decidiu manter com os quilombos uma maior aproximação do ponto de vista institucional e solidário. O acordo com o Iterj terá duração de um ano, prorrogável por igual período.
A ABL continuará fazendo uma escolha de livros adequada à realidade dos quilombos e o Iterj responderá pela capilaridade, identificando as carências existentes. Na aproximação com os qiuilombolas, o presidente da ABL contou com o auxílio do desembargador Marco Aurélio Bezerra de Melo, estudioso do tema do direito à terra na cidade e no campo e na relação do Estado na promoção desse direito.