Agentes municipais investigam despejo de entulho na APA em Cabo Frio
Fiscais das coordenadorias de Meio Ambiente e Assuntos Fundiários retornaram ao local onde foi flagrado um estaleiro clandestino, às margens do Rio São João, na Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São João, na localidade conhecida como Centro Hípico, no Segundo Distrito de Cabo Frio. O objetivo da ação foi vistoriar e observar se houve modificação após a última diligência. Foram também apuradas denúncias de descarte de entulhos que estariam assoreando o curso d’água.
O material estava sendo usado para aumentar uma área as margens do Rio São João e, segundo pessoas que estavam presentes na hora da ação, há uma “orientação anônima” para que os moradores das proximidades despejem qualquer tipo de entulho exatamente no local, o que vem sendo feito “ao longo do tempo”. No local, os fiscais também encontraram carros estacionados sobre a calçada e esgoto a céu aberto.
Após a ação no local, os fiscais percorreram outras localidades de Tamoios, no Parque do Mico-Leão-Dourado e na APA do Rio São João e flagraram a tentativa de abertura de uma “avenida” próximo às margens do Rio São João, com início de supressão de vegetação nativa com uso de queimadas. A mesma situação foi encontrada na localidade conhecida como “Lava Rodas”, onde pessoas têm tentado dar início à construções irregulares, mesmo sabendo que a área está inserida no Parque Municipal do Mico-Leão-Dourado.
“Precisamos aumentar as rondas da fiscalização com frequência diária. Infelizmente, ainda há pessoas que compram esses lotes ilegais, o que fomenta esse mercado clandestino. Depois de todos os recursos esgotados, essas pessoas terão de deixar as ocupações irregulares, pois todas as áreas críticas do município estão identificadas, os responsáveis qualificados e os processos entregues ao Ministério Público”, afirmou o coordenador de Assuntos Fundiários, Ricardo Sampaio.
Para o coordenador de Meio Ambiente da secretaria de Desenvolvimento, Mario Flavio Moreira, situações assim prejudicam, não só o meio ambiente, mas, principalmente, cidadãos de baixa renda.“Os prejuízos são amplos. Um rio protegido por lei ambiental sendo assoreado e contaminado, áreas de mata nativa sendo devastadas, expulsando toda a fauna, para empreendimentos imobiliários ilegais e pessoas sendo enganadas que, no fim, vão perder o que foi investido com sacrifício”, afirmou.