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Preso em Arraial do Cabo Federal que integrava quadrilha do Chico da Ecatur

O Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (GAECO) do MPRJ e a Polícia Federal prenderam, na manhã desta terça-feira (02), um policial federal e o ex-chefe de segurança do Presídio Ary Franco, em Água Santa, como desdobramento da operação Dominação. Os dois foram denunciados ao Juízo de São Pedro da Aldeia como integrantes da organização criminosa, que envolvia agentes públicos de Arraial do Cabo, acusados por crimes de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e peculato.

O policial federal foi preso em casa no município de Arraial do Cabo. Segundo a denúncia, ele teria atuado como informante junto ao líder da quadrilha, Francisco Eduardo Freire Barbosa, conhecido como Chico da Ecatur, pai do traficante Cadu Playboy e preso desde janeiro de 2015 na primeira fase da operação. Foi apurado que o agente federal repassava a Francisco informações sigilosas da investigação.

O agente penitenciário foi preso em casa, na Capital. Ex-chefe de segurança do presídio, entre janeiro e dezembro de 2015, o agente penitenciário permitia que Chico utilizasse equipamentos de comunicação como celulares, tablets e computadores para comandar a quadrilha de dentro do presídio.

A denúncia e as prisões preventivas decretadas pela Justiça tiveram por base uma nova investigação que apurou um plano orquestrado pela quadrilha para assassinar um promotor de Justiça e um delegado da polícia federal, razão pela qual, em junho, foi deferida pela Justiça a transferência de Chico da Ecatur para um presídio federal.

Também ocorreram conduções coercitivas de testemunhas na Capital e em Arraial do Cabo, que prestaram depoimentos e foram liberadas. Os presos foram levados para a Superintedência Regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro.

Dominação I e II
De acordo com a primeira denúncia, a quadrilha era integrada à facção criminosa Comando Vermelho e liderada por Cadu Playboy. O bando atuava no comércio de drogas em pontos de venda implantados e mantidos em localidades da Região dos Lagos. Playboy também adquiria e recebia de fornecedores e associados armas de fogo e munições de diversos calibres, distribuídos ao resto da quadrilha, além de receber auxílio do também denunciado João Paulo Firmiano Mendes da Silva, vulgo “Russão” ou “Monstro”. Espécie de chefe ativo, João Paulo era integrante da mesma facção criminosa e chefe da Comunidade da Mangueira, no Rio.

A quadrilha também praticou crimes eleitorais no primeiro turno das eleições de outubro de 2014. Cadu Playboy arregimentou moradores de Cabo Frio e São Pedro da Aldeia para a compra de votos e boca de urna em favor de candidatos a deputado estadual e federal. O grupo chegou a praticar atos de violência para afastar cabos eleitorais adversários. O objetivo era lançar a candidatura de pessoas da comunidade ligadas ao tráfico ao cargo de vereador nas eleições de 2016.

Francisco Eduardo Freire Barbosa foi denunciado por integrar o esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Ainda segundo o documento, ele tinha aspirações a se candidatar a prefeito de Arraial do Cabo nas próximas eleições. A 2ª fase da operação, deflagrada em dezembro de 2015, teve origem nos documentos apreendidos na casa do denunciado Francisco Eduardo. De acordo com a segunda denúncia, o então secretário municipal e presidente da Empresa Cabista de Desenvolvimento Urbano e Turismo (ECATUR), que integra o poder público e é prestadora de serviços para a prefeitura de Arraial do Cabo, era apontado como gestor financeiro da organização criminosa e atuava também na esfera política, desviando dinheiro público da ECATUR. Três subsecretários e outros servidores públicos também foram presos à época.

Imagem Perfil Redação Portal Cidades BR

redação

Jornalista, especializada em economia, petróleo e assessoria de comunicação empresarial e pessoal.

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