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Mulheres ganham espaço no offshore do petróleo & gás

Dados da Organização Marítima Internacional, mostram que da força de trabalho marítima e portuária, somente 2% é composta pelo gênero feminino. Essa é uma realidade que, felizmente, já está começando a mudar no setor offshore; e no Brasil, as mulheres já se fazem mais presentes nas plataformas de petróleo.

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a MODEC preparou algumas ações internas que vão desde live sobre “síndrome do impostor”, mobilização dos empregados para participarem do movimento global “embrace equity”, promovido pelo IWD, com empregados de diferentes países e depoimentos de que falam sobre desafios e perspectivas das profissionais no setor de óleo e gás, reforçando entre seus empregados, o quanto as mulheres na indústria, e principalmente, no offshore quebram barreiras do preconceito e são capazes de desempenhar funções técnicas e estratégicas com a mesma qualidade que os homens realizam, antes únicos ocupantes desses cargos.

A Gerente de Operações da nova plataforma em etapa final de construção, o FPSO Anita Garibaldi, Amanda Barbosa, lidera hoje uma equipe de 150 pessoas, 75% masculina. A importante missão foi conquistada aos 30 anos, dois anos mais nova que a célebre brasileira – que deu o nome à plataforma – tinha ao liderar uma revolução. Formada em Engenharia, Amanda iniciou sua carreira na MODEC ainda como estagiária, há dez anos. Integrou diferentes equipes, participou do comissionamento do navio em Singapura, onde foi promovida a coordenadora e, hoje, chefia e inspira muitas mulheres.

“Mulheres ocupam hoje espaços onde antes não eram reconhecidas. Estamos, longe de igualdade, mas em uma curva de evolução. O principal desafio para o setor offshore não é apenas enaltecer quem quebra as barreiras e ocupa uma posição de destaque, mas o de enxergar a mulher dentro de uma linha de sucessão, como profissional e não um gênero. São revoluções diárias que fazemos, são portas que abrimos a outras mulheres e vidas que inspiramos”, orgulha-se Amanda.

O crescimento de mulheres trabalhando no offshore também é impulsionado de dentro para fora. Embarcadas durante dias, muitas vezes em plataformas a cerca de 300 km de distância da costa, elas constroem uma verdadeira rede de apoio fraternal a bordo. “As mulheres da minha equipe se sentem suportadas entre elas, trocam experiências, compartilham suas angústias, dividem seus sonhos e aspirações de carreira. Entre elas, tiram força para acreditar em si e nos seus objetivos”, acredita Amanda.

Uma das maiores dificuldades que a mulher encontra no offshore é o embarque, que as deixam por muitos dias longe da família, tanto quanto os homens também ficam. A técnica de mecânica Anna Beatriz Carmona (foto) é mãe de três filhos e retornou recentemente da sua terceira licença maternidade, direto para plataforma em que opera, na Bacia de Santos.

Ela conta que a rede de apoio que tem e as facilidades das videochamadas ajudam a diminuir a saudade e acompanhar a rotina dos filhos. “Todos os dias nos falamos, acompanho a rotina e as decisões da criação.  Gosto do meu trabalho, acredito nele, tenho orgulho da profissional que sou, mas tem dias que a saudade dói e as dúvidas surgem, por isso não podemos romantizar. Aumentou muito o número de mulheres no offshore e hoje não me sinto mais um peixe fora d’água. O que eu não gosto é quando invalidam o meu sentimento de mãe, por meio de julgamentos ou quando me perguntam como eu consigo. Ninguém pergunta aos homens que são pais como eles conseguem estar aqui, não é mesmo? É difícil para o homem e para a mulher, ambos terão suas dificuldades e são capazes de exercer o seu trabalho”, pondera Ana.

Já a Operadora de Produção Lisy Magalhães, lembra que há alguns anos as mulheres do setor enfrentavam até mesmo dificuldades básicas. “Não era comum as plataformas terem banheiro e vestiário feminino, porque não era esperado uma mulher ocupar esse lugar. Hoje é uma alegria andar no navio e encontrar tantas outras e é nessa luta diária que estamos revertendo o cenário e conseguimos mudar a história”, acredita Lisy.

Uma dessas mulheres com quem a operadora de offshore encontra em seus dias de embarque é a Safety Tech Juliana Franca que iniciou sua carreira em 2006 e, desde então, observa a mudança do setor. “Quando cheguei era mais fácil encontrar mulheres em funções mais administrativas. Hoje, olho para o lado e tem uma supervisora de pintura, mecânica, engenheira, química. Estamos em tantos lugares, somos, sou todas elas. Comecei a construir dentro de mim um pensamento de que a mulher é capaz de fazer o que quiser, de estar onde ela quiser. Eu tenho a força da mulher offshore, que é tão capaz quanto o homem”, vibra Juliana. (TN)

Imagem Perfil Redação Portal Cidades BR

redação

Jornalista, especializada em economia, petróleo e assessoria de comunicação empresarial e pessoal.

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