Estudos sobre a população transgênero ainda são escassos, aponta pesquisa
Apesar do aumento da quantidade de estudos da área de Administração que abrangem a situação da comunidade LGBTQIA+ nas organizações, a população transgênero, constituída por mulheres travestis e transexuais, segue sendo a menos representada nas pesquisas. Outro complicador para avaliar a inclusão de pessoas trans no mercado é o desconforto deste público em participar de pesquisas devido ao estigma social e à transfobia de que são vítimas.
A empregabilidade de pessoas trans e travestis se define, em sua grande maioria, pelo autoemprego, informalidade, subemprego, ou até mesmo pela exclusão, visto que há poucos indivíduos trans em funções médias, operacionais e em lideranças. A razão disso é o preconceito, já que muitos empregadores não têm interesse em se abrir para a questão da identidade trans.
Além disso, muitas vezes, para a pessoa trans ou travesti que está empregada, o ambiente profissional pode ser totalmente hostil, reforçando as barreiras que limitam o acesso ao mercado de trabalho, conforme ressalta o estudo. Os seis artigos nacionais publicados sobre travestis e transexuais em periódicos de Administração entre 2014 e 2020 se debruçam sobre limitações ou constrangimentos enfrentados por esses grupos.
Mesmo assim, foi observado o aumento no número de organizações que se dedicam à construção de políticas inclusivas para a população trans e travestis, segundo autores consultados na revisão. No entanto, a literatura produzida até então demonstra não só uma escassez de estudos dedicados a este recorte, mas também uma desigualdade na questão da representatividade de tais grupos identitários, principalmente em comparação à quantidade de estudos sobre as experiências de homens gays cisgênero, por exemplo.