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Macaé pode “renascer” com rodada da ANP

Para especialista, é preciso adequação à novas demandas de mercado

Com o reaquecimento da economia petrolífera – graças as últimas rodadas de leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP) na Bacia de Campos – Macaé deverá “ressurgir das cinzas” mas em menor escala. Essa pequena melhora é diagnosticas pelo executivo de óleo e gás, Sebastião Braz. Segundo ele, na Bacia de Campos, o amadurecimento dos campos já explorados e o eminente descomissionamento de algumas unidades, por si só, demandam uma readaptação de mercado para as empresas prestadoras de serviço e fornecedores em geral, porém o excelente resultado dos dois últimos leilões traz sim, sem dúvidas, esse ar de retomada no mercado de apoio offshore.

Ele defende a ideia de uma adequação do mercado fornecedor diante do cenário atual. “O que se pontua como diferença e imprime como realidade é que no apoio a E&P, a curva de aprendizado já foi completada e efetivamente precisamos retomar as atividades. Já no desmantelamento há ainda um enorme espaço para aprendizado, mas sem renunciar ao que já conhecemos. O apoio logístico, o suporte em construção e montagem, coleta e gerenciamento de resíduos, entre outras, são atividades comuns a essas duas fases tão distintas do processo”.

Sebastião Braz – em entrevista ao site O Petróleo – entende que novas empresas estão buscando ganhar espaço no mercado pulverizado devido os resultados da operação Lava Jato. “A Bacia de Campos tem características muito peculiares, principalmente esse mercado de apoio de E&P. Uma característica marcante é a essência das operações que tem um veio logístico muito forte que em muitas vezes sobrepõe até a própria engenharia. Outra particularidade é que, via de regra, os contratos celebrados nesse mercado carecem de profissionais já familiarizados e engajados nesse novo modelo dada sua singularidade. Ao mesmo tempo, esses mesmos profissionais costumam permanecer militando no mercado digamos ‘local’, ou seja, há sim, como já falado espaço para aprendizado, mas também entendo ser estratégico, para quem está chegando, buscar esse know-how que, senão perdido, está hoje bem pulverizado”.

Quanto a Macaé ele acredita que há necessidade de se rever os custos para poder apresentar uma competividade comercial. “Há a necessidade de uma ruptura de valores e da cultura local, pois deve se ter claro em mente que é uma retomada, mas não vislumbro que não veremos o mesmo mercado de cinco, seis anos atrás, mas ao mesmo tempo não há, definitivamente, um outro local tão bem preparado e com tanta qualidade técnica como a região de Macaé e não podemos abrir mão disso”. Ele defende a adesão a Repetro caso o estado queira retomar o parque industrial naval no estado, principalmente com a crise que o setor enfrenta.