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A relação entre uso de anticoncepcional e a depressão

Embora a depressão seja bastante associada aos fatores psicológicos no senso comum, hoje se sabe que fatores negativos de […]

Embora a depressão seja bastante associada aos fatores psicológicos no senso comum, hoje se sabe que fatores negativos de vida não são a causa da depressão pois não são suficientes para que uma pessoa tenha transtorno depressivo.  “Isso serve para derrubar a visão ultrapassada de que se uma pessoa deprimia era porque algo na vida dela não ia bem, antigamente se sabia muito pouco como os sistemas químicos cerebrais funcionavam e diante de uma pessoa deprimida achávamos que a causa estava em questões psicológicas e saíamos à caça às bruxas: problema na relação com os pais? Dificuldades no trabalho? Crise existencial? Crise de fé? Sim, fatores estressores de vida são fatores importantes na gênese de inflamação e no aumento de hormônios do estresse (cortisol, ferritina, homocisteína, PCR) e por conseguinte alteração das regiões que controlam o humor no cérebro (hipocampo, amígdala, giro do cíngulo, córtex pré-frontal) que vão repercurtir comportamentalmente em sintomas que chamamos de depressão, porém algumas substâncias químicas podem diretamente alterar a maneira como o cérebro está funcionando e também produzir os mesmos sintomas de oscilação do humor, mesmo sem fatores psicológicos identificáveis, por isso passar por um problema na vida pode precipitar uma alteração no humor de algumas pessoas mas isso não é verdade pra todo mundo ”, explica o médico psiquiatra e pesquisador do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas (GRUDA) do Hospital das Clínicas da USP, Dr. Diego Tavares.

Como exemplos disso, já temos recentemente estudos científicos sobre alguns imunossupressores usados no tratamento de doenças imunológicas e alguns anti-hipertensivos que podem desencadear depressão em pessoas vulneráveis à doença. Além disso, destaca-se a relação entre alteração do humor e oscilação dos níveis hormonais femininos que já vem sendo estudada há vários anos.

“Até o momento, o que o meio científico sabe é que o uso das pílulas anticoncepcionais reduzem as oscilações hormonais na mulher e, por consequência, previnem sintomas depressivos e ansiosos, quer sejam eles associados ao ciclo menstrual (TPM) ou não. O uso de pílulas reguladoras do ciclo hormonal auxilia a maior parte das mulheres com oscilações de humor e garante a elas uma vida muito saudável e livre de ansiedade e perda de funcionalidade por depressão. “A mulher é biologicamente vulnerável para ter depressão em todas as fases da sua vida: quando começa a menstruar, quando engravida, após-parto; todo mês após a menstruação e por fim, ao entrar na menopausa. Portanto, além de todos os benefícios óbvios ginecológicos da pílula, ela ainda é um instrumento de grande valia para a psiquiatria na busca por oferecer uma qualidade de vida emocional às mulheres”, finaliza o médico.

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