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Christiane recebe prefeitura sem diversos serviços essenciais

Quando a Vice-Prefeita de Carapebus, diretora Marinete Possidônio(SD), revelou antes da cerimônia de posse dos eleitos no município, dia 1 de janeiro, que o novo governo estava assumindo “no escuro” – pois a antiga gestão não permitiu a transição de governo – ela não estava exagerando. Nesta quinta-feira (5), a prefeita Christiane Cordeiro (PP) revelou que ainda luta para conseguir levantar dados sobre a situação da administração municipal. Sumiço de processos, de pessoal, e até de eletrodomésticos estão entre os problemas encontrados pela nova gestão para ter um diagnóstico real da prefeitura.

 

“Não tivemos transição de governo, não tivemos informações, não tivemos nada. Nesses quatro primeiros dias de trabalho, nós ainda estamos visitando as unidades, as secretarias, fazendo levantamento desses dados, para podermos pensar em como vamos resolver todos os problemas deixados pela gestão anterior”, contou Christiane, em entrevista exclusiva concedida na Secretaria de Comunicação.

 

Uma das maiores dificuldades encontradas pela nova prefeita é a falta de informações e a de serviços essenciais para o funcionamento da máquina pública, como de qualquer empresa na atualidade: telefone e internet.  “Recebemos a prefeitura sem telefone, sem internet e com aviso de corte de luz, tudo por falta de pagamento. Soubemos que alguns processos da prefeitura também desapareceram. Nós visitamos o hospital (Hospital Municipal Carlito Gonçalves) e a situação lá é de dar vergonha. Está sucateado, com a estrutura sem conservação, remédios vencidos e sendo conservados sem ventilação, falta alimentação, os lençóis e os colchões em péssimo estado, leitos enferrujados. É uma vergonha”, contou Christiane.

 

Visivelmente incomodada, a prefeita, que se viu obrigada a repetir incessantemente a palavra “levantamento”, explicou, porém, que mesmo ainda “no escuro”, a prefeitura está trabalhando para resolver os problemas mais urgentes do município, como a coleta de lixo e a limpeza pública.

 

“Estivemos na Secretaria de Transporte e Serviços Públicos, e falei com o secretário, que já está realizando a coleta de lixo na cidade com o que ele tem disponível. A empresa que prestava esse serviço não realiza a limpeza desde o início de dezembro por falta de pagamento. Nós chegamos na secretaria onde constavam 48 funcionários e só havia 8 trabalhando. Mandamos convocar esses funcionários. Estamos fazendo um levantamento de todos os funcionários da prefeitura, de todas as secretarias, para saber quem está onde e fazendo o que. Fizemos a mesma coisa no hospital. Desde segunda-feira (2) já exoneramos 600 assessores que recebiam sem trabalhar. Mas sem internet e com processos faltando, fica muito difícil. Até geladeira e ar condicionado sumiram da prefeitura. Nós já acionamos o jurídico da prefeitura, e os procuradores estão tomando as medidas cabíveis para apurar esses fatos”, revelou Christiane.

 

Segundo a prefeita, a falta de informações herdada do governo anterior não permite nem fazer um levantamento preciso da atual situação financeira de Carapebus, que teria uma dívida estimada em torno de R$ 60 milhões e um caixa zerado.

 

Farra dos alugueis

 

A prefeita revelou ainda que uma das medidas tomadas para tentar conter a situação financeira caótica em que recebeu o município é o encerramento dos contratos de alugueis de 24 subsecretarias, que teriam custo mensal entre R$ 120 e 130 mil reais mensais.

 

“Havia imóveis alugados pela prefeitura onde deveria estar funcionando uma subsecretaria e que estavam fechados, mas a prefeitura estava pagando aluguel. Também havia imóveis sem água e sem luz, e outros enormes onde estavam três ou quatro pessoas trabalhando. Como que se trabalha sem água e sem luz? E a prefeitura pagando esses alugueis. E nós não podemos fazer muita coisa agora quanto a isso, porque o nosso jurídico está assoberbado com a falta de processos da prefeitura. Primeiro precisamos pensar na população, em resolver os problemas da limpeza, que já está sendo resolvido, os problemas da Saúde e da Educação, para depois investigarmos essas coisas que estamos encontrando”, analisou a prefeita, que abriu mão dos vencimentos como chefe do Executivo, e também de veículos oficiais e motoristas, pelo menos para trafegar pelo município.

 

“Carapebus é uma cidade pequena. Não há necessidade de termos veículos oficiais e muito menos motoristas. Todo mundo tem habilitação. No caso de uma viagem muito longa, aí é outra coisa, mas aqui não tem necessidade desse luxo. Se a população, que tem seus direitos, foi obrigada a abrir mão deles por causa da gestão passada, o mínimo que nós precisamos fazer é abrir mão dos nossos para devolver os direitos da população”, concluiu Christiane.

Imagem Perfil Redação Portal Cidades BR

redação

Jornalista, especializada em economia, petróleo e assessoria de comunicação empresarial e pessoal.

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