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GAECO denuncia traficantes ligados a facção criminosa paulista

O discurso da facção paulista consiste no argumento de que a ‘guerra’ deve ser contra o governo e não entre traficantes

O grupo está desvendando crimes organizados no Estado.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), denunciou à Justiça sete homens por associação para a prática do crime de tráfico de drogas. Os denunciados têm em comum o recente ingresso em facção criminosa com origem no Estado de São Paulo. A denúncia foi recebida pelo juiz da 3ª Vara Criminal de Duque de Caxias.

A ação penal tem por base investigação realizada pela Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), que identificou a articulação da facção paulista com a facção dominante no Rio de Janeiro, com um objetivo inicial de tomada de territórios no Estado.

Entre os denunciados, está Gledson Fernandes da Silva (vulgo Leo ou Fantasma). De acordo com a denúncia, Gledson é o responsável pelo progresso daquela facção no Estado do Rio, por meio da captação de novos traficantes. Conhecido como “Geral do Rio de Janeiro”, Gledson contatou os demais denunciados – todos líderes em suas comunidades – para que migrassem para a facção paulista.

Também foram denunciados Alexandro Gama Paes, vulgo Loirinho de Rio Bonito, que exercia a liderança do tráfico na comunidade Colina da Primavera, em Rio Bonito; Atila dos Santos Correa, vulgo Preto, líder nas comunidades de Rio das Ostras; Kaio Pires Siqueira, o Dois K, que liderava o tráfico na Praça Cruzeiro, também em Rio Bonito; Ricardo Farias Caldeira, vulgo Baiano ou Coroa, líder em comunidades de Macaé e Barra de São João; e Wallace Anderson Siqueira Teixeira, o Lourinho ou Russo, que é conhecido por liderar o tráfico nas comunidades de Paraíba do Sul e de Saquarema. Todos estão presos atualmente. O último denunciado é Luis Fernando da Silva Lima, vulgo Gido ou Coroa, que ainda está foragido e ocupa a segunda posição na hierarquia do tráfico nas comunidades do Complexo do Lins e do Barão, na Capital.

De acordo com a denúncia, a investigação identificou que a pretensão da facção paulista não era a de adquirir aliados, e sim de expandir seu mercado. Ainda segundo o documento encaminhado à Justiça, os líderes dessa facção enxergavam o Rio de Janeiro como uma “grande potência” pela quantidade de regiões dominadas pelo tráfico e questionavam a rivalidade entre as três facções atuantes no Estado. “O discurso da facção paulista consiste no argumento de que a ‘guerra’ deve ser contra o governo e não entre traficantes”, aponta trecho do documento. A denúncia aponta, também, que informações fornecidas ao serviço de inteligência da delegacia especializada e os notórios conflitos e homicídios ocorridos dentro da unidades prisionais revelaram que o acordo de paz entre as facções não mais prevalece.

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