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Coronel PM reformado é flagrado nú com menor de dois anos

Ele foi detido por envolvimento com o tráfico de bebês

- Atualizado em
O acusado está detido no Batalhão Especial Prisional (BEP), em Niterói

O secretário de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Paulo Melo, determinou que a secretaria acompanhe de perto a prisão do coronel reformado da PM Pedro Chavarry Duarte, 62 anos, flagrado sábado à noite com uma criança de 2 anos nua. O secretário lembrou que na década de 90, ao comandar uma comissão parlamentar na Alerj, prendeu o oficial acusado de envolvimento com o tráfico de bebês. Segundo a Polícia Civil, para não ser conduzido e “se manter impune”, ele “ofereceu vantagens” aos policias militares que o detiveram. Ele foi encaminhado para o Batalhão Especial Prisional (BEP), em Niterói.

 

“Á época fui procurado por uma associação de moradores de Bangu, que relatou o envolvimento de um PM na venda de crianças. Montamos uma operação com a ajuda do 14 BPM (Bangu) e ficamos esperando no local usado pela quadrilha como cativeiro, onde os bebês eram deixados de manhã, sob efeito de tranquilizantes, e, à noite, transportados pelo bando. Quem da quadrilha chegou para pegar o bebê, de apenas quatro meses, foi o então capitão Pedro Chavarry. Foi preso e autuado em flagrante”, recorda Paulo Melo.
Para o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, os dois casos podem mostrar um envolvimento sistemático do PM em casos de abusos e tráfico a menores desde a década de 90. “Quantas crianças ele pode ter molestado neste período. Desde aquela época ele já demonstrava um desvio de conduta incompatível com a atividade policial e de servidor público”, analisa Paulo Melo, recordando que, apensar das provas contundentes, Pedro Chavarry conseguiu arrastar o processo na Justiça e saiu impune.

 

“O então capitão era ardiloso. Ele se aproximava das mães, geralmente de comunidades muito carentes, e dizia que trabalhava para a igreja, que iria arrumar uma creche. Até colocava os bebês em creches, mas, em seguida, convencia as mães de que elas não tinham condições de criá-las e, o melhor, seriam doá-las. Aproveitava da fraqueza, da necessidade. Depois, estas crianças eram vendidas pelo oficial “, lembra Paulo Melo.

O secretário pediu o acompanhamento do caso para saber se Pedro Chavarry continuava a atuar no rapto de menores. Paulo Melo também irá apurar como ocorreram as promoções do oficial da PM sem levar em consideração o histórico criminal. “Talvez agora ele seja excluído”, previu o secretário.

Em nota, a PM disse que “repudia e combate qualquer tipo de crime”. “O crime não pode passar da pessoa de quem o cometeu. Não é a instituição, mas um cidadão que cometeu um crime abjeto e que não teve e nunca terá a nossa complacência”, diz o texto

Em 1993, chegou a ser condenado a um ano de prisão por abandono e maus-tratos de uma menina de tres meses. Ela foi deixada sozinha em uma casa por várias horas sem comer.

Pedro Chavarry é presidente da Caixa Beneficente da PM do Rio. Segundo informações do site da Caixa, ele é formado em direito e atua há 42 anos na PM.

Segundo as informações, Chavarry ingressou aos 19 anos para a Academia de Polícia Militar e três anos depois se tornou aspirante. Passou por diversos batalhões de São Cristóvão (4º BPM), Campos de Goytacazes (8º BPM), Bangu (14° BPM) e Olaria (16º BPM).

Ainda segundo o texto, Chavarry tem passagem pelo gabinete de quatro comandantes-gerais e relações públicas da Polícia Militar.

Em 2014, concorreu a deputado federal pelo Partido Social Liberal (PSL) e obteve 1.948 votos, sem ser eleito.

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