Ouça o chamado da carta O PAPA e resgate valores morais

Na confusão política que impera nesse país, eis que o Tarô nos traz a carta chamada O Papa para nos lembrar que a tal crise de que tanto se fala tem sua raiz mais profunda do que a superfície rasa da política ou da economia. Ela se afunda muito além da atual lama da corrupção e alcança os valores morais da sociedade. Não me refiro aqui aos ‘ditos moralistas’ que pregam o conservadorismo. Afinal, o caminho para a evolução está mesmo na mudança. Quando ela é para melhor, ótimo. Quando é para a pior, devemos aprender a lição. De qualquer jeito é positiva.

A carta chamada O Papa nos faz pensar no bem, na ética, em fazer o que é certo. Há muito tempo que o ‘esperto’ leva vantagem no Brasil. A malandragem se estabeleceu de uma maneira brutal em todas as camadas sociais. O ‘jeitinho brasileiro’ é aplaudido. Quando é que começamos a cultivar a pilantragem? Quando é que começamos a achar que jogar o peso da responsabilidade no outro é se dar bem? Quando começamos a acreditar que não temos nada a ver com o que está acontecendo no país?

O Papa exige que cada um tome consciência e assuma a sua parcela de culpa. É um chamado ao arrependimento sincero. Assim, nada de mentir para um filho; nada de subornar um guarda de trânsito; nada de tomar o lugar reservado ao deficiente. Ao contrário, se erramos vamos admitir, pedir perdão e cultivar a gentileza. Vamos respeitar os mais velhos e deixar de aplaudir o galã do filme que rouba um banco, mata dez e termina impune e sorridente com uma ‘perua’ loira e linda. Ninguém é melhor do que outro pela cor da pele, opção sexual ou classe social. O caráter é que distingue os bons dos medíocres.

Nessa linha de fazer o bem, o que é direito e atender o chamado ético do Papa, todos devem ter atenção redobrada nas eleições. É fácil falar mal dos políticos fingindo que não fomos nós que os colocamos lá. “A culpa é desses políticos safados, ladrões.” Quantas vezes não ouvimos essa frase por aí! Acontece que cada um deles foi eleito. Por nós. Então, que cada um assuma a sua culpa e se corrija. Antes de votar, procure saber quem é a pessoa que terá o poder de decidir por você assuntos importantes como o valor do salário mínimo, a sua aposentadoria, as leis trabalhistas, como serão os serviços de saúde, educação e segurança públicos. Isso é democracia. Pesquise, se informe sobre o que seu candidato andou fazendo.

Na sua família, cultive os valores morais: a honestidade, o respeito, a compreensão, a solidariedade, a verdade. Não apenas da boca para fora. A criança imita o que o adulto faz não o que ele diz; e esse ensinamento fica dentro da gente para sempre, gostemos ou não. Portanto, vamos praticar o bem, a ética, voltar a aplaudir as boas ações em vez de rir do cara que devolveu uma grana que não era dele. Com amor, tolerância e responsabilidade tudo flui melhor.

* Cláudia Bechat é jornalista e taróloga. Deixa claro que não é vidente e usa as cartas do Tarô para promover o autoconhecimento e, consequentemente, o crescimento pessoal.